Psicanalistas discutem violência

A Associação Psicanalítica do Estado do Espírito Santo (Apees) realiza neste sábado (09), às 9h, mais uma edição do Café Psicanalítico. O tema que será discutido pelos membros e convidados será “Violência: do parto à civilização”. O evento acontece na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do Sul do Estado (Sitesci), na Rua Araújo Machado, 17, Centro, Cachoeiro de Itapemirim-ES.

De acordo com o presidente da Apees, Roney Argeu Moraes, será um momento em que convidados a sociedade para discutir uma questão relevante e de alta complexidade. O Café Psicanalítico é o ápice dos estudos realizados durante todo o ano de 2014 nos encontros mensais entre os membros da associação. O evento é gratuito e aberto ao público. Após a discussão haverá confraternização.

“Refletir, sob a ótica da psicanálise, a violência é uma forma de contribuirmos e juntos encontrar caminhos que possam nos remeter a soluções e ações efetivas de compreensão a qualquer tipo de violência. Pessoas, consideradas violentas, também necessitam de algum auxílio. Hoje somos empurrados a cometer algum tipo de atitude que, talvez, sem o estresse, velocidade de informações e imposições ideológicas, não cometeríamos”, comenta o psicanalista.

Conforme o presidente, o desafio em abordar o tema se faz justamente pela falta ou pouquíssima referência teórica na psicanálise. Pode-se encontrar, certamente, em Jacques Lacan a palavra “violência” em seu ensino, mas sem conferir-lhe um estatuto de conceito psicanalítico. Com Sigmund Freud é assim também, ainda que tenha produzido elaborações importantes sobre o mal-estar da civilização e sobre a guerra.

“Outros psicanalistas, como Anna Freud e Melanie Klein ou educadores influenciados pela psicanálise como August Aichhorn, trabalharam com crianças e jovens classificados de “delinquentes”. Apesar disso, encontramos um termo que ganhou peso conceitual na psicanálise e tem relação com a violência, agressividade”, diz.