Boca no Trombone
Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 às 08:57
Por Renata Mofatti
Mimoso do Sul é uma cidade bela, acolhedora, de fortes traços religiosos, monumentos históricos e de visitação. São cachoeiras, vales, montanhas, casarios históricos, teatro, um distrito conhecido nacionalmente: São Pedro do Itabapoana pelo Festival de Inverno de Sanfona e Viola. E uma comunidade que foi destaque no Globo Rural e reconhecida pela ONU: Palmeiras.
Temos o Monumento ao Cristo de braços abertos, a BR 101 que passa coladinha com nossa cidade, e em poucas horas podemos estar no litoral ou nas requintadas montanhas de Venda Nova do Imigrante, Domingos Martins, Vargem Alta. Também poderíamos visitar periodicamente o Pico dos Pontões, mas não há turismo.
Ao nosso lado existe um município bem menor: Muqui, que se destaca culturalmente com Festivais de Cinema, Festivais de Música, festa da cerveja artesanal. Não há espaço em hotéis devido a proporção das atrações que, diga-se de passagem, são diferenciadas.
E então? O que será que estraga Mimoso do Sul? Será uma profecia de que a cidade só cresce como rabo de cavalo: pra baixo? Esse sim é um texto negativo. Um reflexo de meu Facebook. Um reflexo de meu trabalho prestado ao município há mais de dez anos na área de comunicação. Só no meu Facebook, nesta data de hoje, me deparei com:
1 – promessas de campanha;
2 – promessa de conclusão do asfalto na sede de Mimoso;
3 – promessa de obra abrangendo delegacia, fórum e demais repartições em outras áreas do município;
4 – garantia de que a vinda de uma Academia Popular e Parquinho para as crianças iriam melhorar o aspecto da Praça das Mangueiras.
O irônico e interessante dessas promessas, desses posts publicados de ano a ano é que os comentários, ou melhor, os personagens dos comentários mudam de acordo com os ventos que não são “tranquilos e nem favoráveis”. Oportunistas políticos são como vespas que picam quando algo não agrada ou fica na sua quando está sendo beneficiada de alguma forma.
As mesmas pessoas que hoje criticam, antes aplaudiam e defendiam. E vice versa! Hoje os que reclamam, por exemplo, de uma demora em medicamentos em farmacinha, poderiam em alguma vez passada, pedir paciencia explicando que a demora faz parte do sistema e que a municipalidade não tem nada com isso.
Qual é o problema dessa bela cidade de Mimoso? Acompanhamos com alegria que obras e ações de iniciativa apenas popular ou privada sempre dão certo, a coisa anda, flui, todos chegam juntos. Impossível enumerar, mas vou citar: ações do Rotary, ações da Pestalozzi, ações e campanhas da Reviver, construções de rampas para deficientes físicos, reflorestamento, biblioteca pública em dois bairros de Mimoso construído pelo Rotary, Associações de Moradores que promovem campanhas de conscientização pelo uso do lixo, grupos religiosos: espíritas, evangélicos e católicos que promovem inúmeras ações anuais para ajudar o próximo, entre tantas outras.
Quando a “coisa” parte para o campo político, a sensação é de esvaziamento.
E agora, como acreditar em promessas que mudam de quatro em quatro anos? Quem vai mudar esse quadro? Você acredita? Ou vai bajular se seu candidato ganhar ou jogar pedra se seu candidato perder? Qual o seu interesse nisso tudo? Mimoso ou o seu bolso?